O logo do anime.
A seção de reviews de animes do NETOIN! tem trabalhado de forma mais nostálgica nos últimos posts. Tradicionalmente, esta é a área do blog onde se costuma dedicar um espaço para os títulos que cativaram a minha pessoa em algum momento, no anseio de repassar tal sentimento para você, visitante.
A presente ocasião não possui a mínima intenção de se posicionar distante de tal regra. Isto porque um anime bem conhecido de muitas pessoas em terras brasileiras servirá de tema. Uma obra que soube divertir ao seu modo, que impulsionou uma verdadeira mania nacional (por mais breve que a mesma tenha sido) e que, contra tudo e todos, deixou a sua marca na mente dos fãs de animes (no início da década passada).
Amigo visitante, é chegado o momento deste humilde blog abrir um espaço dedicado para a primeira temporada de Beyblade, sendo você o ilustre convidado para acompanhar tal texto.Tenha uma boa leitura.
Um grupo interessante de personagens...
O Tayson, dos Bladebreakers.
O nome original deste anime é Bakuten Shuuto Beibureudo, cuja tradução para o português fica muito próxima de "Tiro Explosivo Beyblade". Sua primeira temporada foi ao ar na televisão japonesa de janeiro à dezembro de 2001, contando com um total de cinquenta e um episódios.As temáticas por detrás deste anime se baseavam na força das palavras confiança,determinação, equipe e amizade, sendo que todas elas foram trabalhadas visando a compreensão mais adequada possível de seu público-alvo real, que era o infanto-juvenil.
Beyblade apresentou para todos a história de um protagonista extremamente normal, da sua concepção inicial ao seu comportamento natural. Um garoto chamado Tayson, que vivia com o seu avô no Japão. Extremamente ativo e possuidor de uma fala comum, transbordada por gírias e termos dos jovens da época, o Tayson era alvo constante de seu responsável para uma bateria diária de treinamentos, que visavam aprimorar o caráter e a força interior do garoto.
Por mais que não fosse um exemplo de conduta à ser seguido, este rapaz tinha muitos pontos positivos. O principal deles era o seu grande senso de justiça, que em dadas ocasiões "cegava" o Tayson em meio às confusões ou situações em que ele estava por se envolver. E foi com este jeito de ser que, pouco à pouco, o protagonista deste anime foi chamando outros personagens para seguirem uma incrível aventura junto dele.
O jovem Ray.
Um jovem rapaz chamado Kenny foi o primeiro a ter o contato direto com Tayson e seu comportamento. Extremamente inteligente, este rapaz sempre era notado com o seu laptop por debaixo dos braços. Tão amante da arte das beyblades quanto o Tayson era, o Kenny mostrava incrível aptidão para pesquisas e criação de estratégias de combate. Em outras palavras, para ele o lado técnico da coisa toda era o mais acertado.
Max era outro garoto que acabou aproximando-se do Tayson, sendo que tal fato ocorrera nas prévias do Torneio de Qualificação Nacional. Possuindo uma faceta meio boba (mas dono de um modo puro e singelo de agir), o jovem Max era a tranquilidade em pessoa. Seu anseio estava em representar seu País nos campeonatos mundiais de bayblade e, ao lado do Tayson e do Kenny, o Max acabou formando um ciclo de grande amizade que, coincidentemente, culminou com igual anseio por parte de seus amigos.
Outro integrante deste grupo de amizade era um rapaz proveniente, talvez, do solo chinês. Seu nome era Ray e seu comportamento inicial era extremamente arrogante. Por sorte tal percepção foi apenas momentânea pois, na verdade, o Ray possuía um grande potencial na arte da beyblade e uma experiência bem considerável nesta área para mostrar aos seus novos amigos. Porém, o Tayson possuía um grande rival já no início de Beyblade, fato este que se prolongou até as proximidades dos últimos episódios deste anime.
Alguns dos maiores praticantes de beyblade do mundo...
Este rival atendia pelo nome de Kai. Rígido em suas ideias e muito ríspido com as suas palavras, este rapaz não demonstrava possuir nem um pingo de amabilidade. Seu intuito era continuar sendo o melhor jogador de beyblade do mundo, não vendo ninguém que pudesse estar à sua frente em tal ensejo. Apesar de sua conduta pessoal questionável, o Kai era realmente um exímio praticante de beyblade, fato este que costumava deixar o Tayson muito irritado em diversas ocasiões.
Estes cinco personagens formavam o grupo principal de Beyblade, cada qual mostrando aptidões e modos de ser únicos para o anime. Todos eles formaram a equipe japonesa para a disputa dos campeonatos ao redor do mundo, sendo a mesma batizada de Bladebreakers. Sob a tutela do Kai e contando com todo o fervor pessoal do Tayson, esta equipe teve de passar por três grandes torneios e um enorme desafio na Europa para chegaram ao seu objetivo.
Não é incorreto dizer que Beyblade tenha se tratado de um anime para vender brinquedos, até porque isto realmente foi uma grande verdade. Mas não se pode negar que a obra possuía uma trama bem concisa onde, dadas as expectativas atribuídas pelo seu enredo, o anime acabou sendo honesto bastante em sua mensagem, do início ao fim.
As peculariedades gerais...
A ferabit Dragon, pertencente ao Tayson.
Em primeiro lugar você tem de ficar à par de que, no universo deste anime, o beyblade é o esporte mais popular de toda a Terra. Crianças e adultos se divertem diariamente com a prática de tal modalidade, onde se faz necessária uma cuia para servir como arena de duelos e, é claro, um mínimo de duas beyblades para serem nela disparadas e, assim, dar início ao embate tão aguardado. Não para menos, o Tayson e seus amigos possuem sonhos quase idênticos acerca de tal modalidade.
Um dos pontos de maior atração deste anime está na utilização de feras, com alto nível de poder, durante as partidas de beyblade. Elas são chamadas de ferasbit. Originalmente elas fazem a representação de um tipo de espíritos sagrados, que se manifestam sempre na forma animal e incorporam, à beyblade em que estão acopladas, uma força simplesmente notável.
Curiosamente, as ferasbit não trabalham sozinhas. A grande cartada do anime (embora soe como um belo clichê) está justamente neste fato, pois quanto mais forte o dono da beyblade onde ela está acoplada for, mais potente será a força final desta ferabit. Desnecessário enfatizar que, durante todo o anime, os Bladebreakers (e não apenas eles) tem de passar por duras lições de confiança e destreza para se mostrarem dignos de possuírem, em seu poder, uma ferabit.
A Emely, integrante do time All Starz.
O anime Beyblade também soube "separar" os seus eventos, que eram intimamente ligados entre si. Pode-se dizer que houveram, ao todo, cinco sagas durante a primeira temporada desta obra. A primeira delas foi o Torneio Nacional de Qualificação, onde o Tayson conheceu os outros rapazes e que, graças às ações do senhor Dickeson, acabou formando a equipe Bladebreakers. Na sequência aconteceu (em solo chinês) o Torneio Asiático, que conferia uma vaga para o evento seguinte. Nele ocorreram fatos que evidenciaram o passado do Ray com a equipe White Tigers, onde novos personagens foram apresentados e situações interessantes acabaram aparecendo.
O próximo destino acabou sendo os Estados Unidos, pois ali aconteceria o Torneio Americano, que outorgava uma vaga para o mais importante dos torneios de beyblade. Nos episódios acerca deste campeonato, os Bladebreakers tiveram que duelar contra o poder da tecnologia protagonizado pela equipe All Starz (com "z" no final), que era liderada pela mãe do pequeno Max.
Um giro pelo velho continente acabou fazendo com que Tayson e seus amigos enfrentassem duras batalhas beyblades. Isto se deveu ao fato de quatro dos maiores duelistas do mundo serem da Europa e, curiosamente, os Bladebreakers acabaram se vendo às voltas em situações desesperadoras nas mãos destes quatro ícones do esporte. Esta foi a fase do Desafio Europeu. Juntos, os jovens europeus formaram a equipe Majestics, que muito trabalho deu para Tayson e companhia.
O juiz dos duelos, sempre presente...
Por fim, o maior de todos os torneios estava por se realizar, sendo a Rússia o local dos grandes combates do Campeonato Mundial de Beyblade. Aqui ocorreram inúmeros desafios que colocaram em xeque não apenas o poderio das equipes presentes, como também deixaram em evidência que os grandes vilões do anime Beyblade dariam as caras justamente nos últimos episódios do título. O passado do Kai ficou amostra para todos, seguido pela imponência dos guerreiros produzidos em laboratório que juntos formavam o temido time Demolition Boys.
No geral, Beyblade obedeceu à risca o escopo de um anime direcionado a um público infanto-juvenil. Todos os seus eventos foram extremamente lineares, não permitindo muitas variáveis e nem tão pouco a possibilidade de outras intervenções mais progressivas. Disparadamente, as duas últimas sagas do anime fizeram uso de tópicos e temas um pouco mais sérios e que demandavam maior atenção, mas ainda assim o alicerce principal foi mantido. E todos os eventos foram regados pelo apresentador de cada duelo que, junto do narrador e do comentarista, proporcionaram alguns dos momentos mais interessantes (e deveras engraçados) de todo o anime.
Muito embora o anime tenha sido extremamente convincente e de um ótimo agrado, o mesmo apresentou algumas falhas de execução que merecem forte citação aqui. Muito embora tais momentos não tenham atrapalhado na experiência de assistir Beyblade, pode-se aqui ressaltar que um melhor trabalho sobre os mesmos poderia ter feito, do anime em questão, algo ainda melhor e bem mais memorável.
Não se chateiem, por favor...
Beyblade pecou de forma agressiva ao final de cada arco (ou saga se assim preferir). Por mais que o início dos mesmos se fizessem seguir de forma interessante e bem segmentada, ao se aproximar do final os episódios aparentavam "correr" cada vez mais com os seus eventos. O pior ainda estava presente no último capítulo de cada arco, que realmente sabia dar significado para a palavra "pressa".
No que tange à animação, era muito perceptível a oscilação de qualidade entre vários dos cinquenta e um episódios da obra. Os momentos de maior capricho e de expressão visual se faziam presentes quando as ferasbit surgiam nos duelos, mas em certas tomadas de cenários e dos personagens o anime realmente pecou de forma bem visível.
De qualquer forma, tais falhas realmente não atrapalharam na experiência oferecida pelo anime. Poderiam ter existido problemas ainda mais sérios do que estes, mas o fator diversão realmente soube ser trabalhado em Beyblade, de forma que o sucesso do anime (especialmente no ocidente) acabou sendo um fator de fundamental importância para atestar tal afirmação.
Objetivamente
A última imagem.
Animada pelo estúdio Madhouse, Beyblade pode ser considerado uma obra feita sob medida para o público ocidental. O enredo do anime, somado aos eventos que nele se fizeram encontrar e todos os ambientes mostrados no título fazem com que a citada frase ganhe um forte poder de veracidade. E mesmo com os citados pontos negativos, este anime ganha créditos justamente por ter sido extremamente honesto, do início ao fim de sua exibição.
Como já se fez citar sobre a parte técnica visual, Beyblade não conseguiu ser consistente, mas nem por isso acabou sendo ruim. A parte acústica fez um bom papel, e na dublagem brasileira do anime até as músicas foram traduzidas ou adaptadas, sendo que todas elas acabaram combinando perfeitamente com universo que faziam representar.
No âmbito geral, Beyblade é um anime que deixou a sua marca, ao ponto de ainda estar vivo na mente de muitas pessoas. E por tudo que foi aqui mostrado, este é um anime que merece ser recomendado. Distante de ser a oitava maravilha do mundo, Beyblade tem seus pontos fortes que merecem ser destacados. Assim sendo está na hora de você pegar a sua beyblade e mandá-la para o duelo!
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